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A INTENSIDADE DO SILÊNCIO



 Quando ele a beijava,
e os cabelos negros daquela mulher
cobriam a noite de estrelas
e
o seu rosto de promessas,
ele sentia.
Sentia
a intensidade do silêncio.

Ele entregava a alma
à Lua e deixava
Vênus e Marte
mais perto e silenciosos.
E ainda assim,
as palavras não saíam
de dentro dele.

O corpo daquela mulher 
era o seu altar,
era o sagrado em suas mãos.
Ele se ajoelhava para recebê-la,
para honrá-la,
para guardá-la
mesmo assim
ele não sabia como chamar aquilo
ou se aquilo sem nome
poderia ser chamado
de
amor.

Aquilo não cabia
nas noites, nos dias,
nas horas, nos livros,
nas palavras.
Aquilo não cabia nele.
(nem nela)
E ainda assim ele não sabia
como deixar aquilo sair
de sua boca.

Um dia,
as palavras escorregaram
de seus olhos,
de sua alma,
de seu desejo
e prazer.
Saíram sem ele sentir.
O amor
não cabia  mais no eu, no te
ou no amo.

E ai
o amor começou
mais do que existir.




Karla Bardanza


Feliz Dias dos Namorados. Amem-se pelas palavras
e pelas atitudes. A grande mágicka da vida ainda
consiste naquilo que podemos sentir.




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