Acho que vou cair novamente.
Vou cair sem hora
para chegar,
sem rumo,
sem nada dentro,
sem nada
fora.
Vai ser um vôo simples
e sem asas
por cima das casas
e das coisas
que insistem em estar
perto do céu.
E vai ser tão suave,
tão acolhedor
abraçar a dor
com os olhos quase fechados
e
deixar duas lágrimas
rolar pelo rosto
enquanto o ar me fere
e
me ensina todas as leis da gravidade.
A cidade vai estar tão próxima:
vou ver quase tudo
la de cima.
Quase tudo.
E o mundo vai acordar melhor
sem todas essas palavras
que não sabem
ficar dentro de mim,
sem essa angústia
que todo dia
abre a janela
e me chama.
Karla Bardanza
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