O que afaga e aflige
Dissolve-se em vagas visões,
Em sombras infinitas e desertas.
E isso que não desvendo
E a fera que não dorme,
É o grito amordaçado.
Rasgo o meu peito:
Meu coração aceso
Queima as minhas mãos
Tímidas, pulsa vivo ainda
Diante do real que o fere
E destrói.
Não sei o que fazer
Com ele.
Olho-o perdida entre
A morte e o amanhã.
Não limpo o sangue
Que desenha lindas flores
E serpentes em minha pele.
Tudo parece tão sereno.
A vida continua calada
Mesmo quando provo
O meu próprio veneno.
Karla Bardanza
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