O amor,
Esse amor
À meia luz,
Que faz queimar
As palmas de minhas mãos
E me sustém para além de
Todos os poemas foi uma
Única lâmpada acesa, presa
No teto sem vida dos meus
Poros quando até o
Tempo era mais
Presente e
Futuro.
O amor,
Esse amor
Que te amou
E te ama em curvas tão
Retas que param e não
Chegam ao sol sem força,
Tenta durar mais que um
Lírio, que o delírio
Que me mantém
Em noites sem
Respostas,
Sem bem,
Sem.
O amor,
Esse amor
Que me deu um
Lugar para morrer
Em paz à beira das
Dúvidas e da perda,
É o alento que mata,
O corte da faca, o medo
Do sempre amanhã que
Chega com suas armas
Brancas, com a sua luta
Santa e palavras que
Desacatam a minha
Verdade pequena
E pueril.É o fuzil
Pronto para me
Matar todas
E quantas
Vezes
Mais.
O amor,
Esse amor
Esquecido da paz
É o meu calendário sem
Sorte onde todos os dias
Tem a dimensão do por
Enquanto, do quando.
Olho para ele com a
Face contorcida, com
A dor que me abençoa,
Olho para ele como uma
Mulher à toa que já sabe
Como ir e vir na calçada
Sem desperdiçar os saltos
Dos sapatos, os atos
Que amarram e
Pedem pra
Ficar.
O amor,
Esse amor
É tudo que
Sabes me
Dar.
Karla Bardanza
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