Pegue a minha mão
e não fale nada,
nada que possa mudar
as flores de lugar.
As palavras podem esperar
lá fora. Deixemos que
descansem encostadas
no muro selvagem
que nos separa
e engole
em sua distância.
Esse nada
é tão puro,
tão meu.
Há tanto em mim
que ficou mudo.
Há isso que é quase
do tamanho do mundo.
Pegue minha mão
e diga-me o que aprendemos
juntos que nunca poderíamos
ter aprendido separados.
Minutos são sagrados.
Minutos dissolvem a delicadeza
cruel do amor que nunca
chegará a ser
porque nunca deixou um minuto
de ser o que é.
Pegue minha mão.
Estou dentro da vida
mesmo que nem sempre ela
esteja dentro de mim.
Você fala que somos criaturas da luz:
que dela viemos e que para ela
voltaremos.
Pede que eu sobreviva, que eu acorde,
diz que tudo pode.
Te ouço
na hora sem voz.
Te ouço
e nem sei quem somos nós.
O amor é silencioso.
O amor é o teu coração
dentro do meu coração.
Não diga nada,
pegue apenas a minha mão.
Eu vou resistir.
Karla Bardanza
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