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DOS PERIGOS DA VONTADE DE SENTIR

 Felix Mas





Adivinhei isso.
Um corpo deitado em
minhas idéias loucas.
Minha boca caçando
palavras para te resumir.

Pausa bruta.
Olho de soslaio
a porta entreaberta,
entro rapidamente
para dentro de mim,
escapando muda mais uma vez.

Isso
incomoda a minha pele,
decresce os dias,
vira uma prosa absurda
nas costas de minhas mãos.

Isso
é o meu coração desarrumado
e repetitivo
dando sinal que está vivo
e torto.

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Entro e saiu disso
com uma classe estranha e fugidia
dentro da poesia improvável
do teu sexo. 

Já guardei os meus pecados,
já dei corda no relógio e
botei a vida para andar.

Não me divido mais
quando sinto o perigo
embaixo do meu umbigo.




Karla Bardanza


 
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