Janet Rieck
Quando eu vir o pôr do sol em Islay mais uma vez,
vou fechar os olhos para namorar a saudade
e todos cardos roxos vão lembrar do que ainda é,
do que sempre foi.
A poesia inalcançável que era apenas tua
deitará junto a mim e eu,
e eu vou te falar das coisas
que ficaram para trás antes mesmo
que pudéssemos escolher entre
a vida e a morte.
E por um tempo quase eterno,
seremos infinitos
como as florestas no outono,
como as palavras que foram ditas
no escuro do ventre
porque sabemos que no fim está
o princípio do amor.
E por alguns segundos,
verás estrelas quebradas em meus olhos negros
e eu te direi que a distância é uma nuvem,
é um salmão sorrindo num rio de sonhos
entre o agora e o antes.
E quando a noite chegar em Finlaggan,
deixaremos nossas almas
à beira do céu para renascermos,
para brotarmos nos campos silenciosos
e floridos da Escócia
e a vida nunca mais,
nunca mais chorará por nós dois.
Karla Bardanza
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