Malcolm T Liepke
Ouço a voz bruta do Atlântico
entrando pela minha janela
enquanto rio das culpas que a vida trouxe-me,
sem perdoar nenhuma nuvem,
sem procurar por fragmentos de sentidos.
A elegante performance
do mar repetida infinitamente
cresce em mim:
as palavras esbarram em minhas emoções.
Tento retardar o verão
e essa alegria pegajosa
e sem justificativa que o acompanha.
Tento não pensar no mistério
além das metáforas.
Mas algo parece ajudar-me
a reconhecer a minha própria voz
depois de tanto tempo.
As ondas levam-me de volta
para o suave agora
e nada espero para depois,
além desse oceano
dissolvendo-se com delicadeza
para alimentar
os meus caprichos de poeta.
Karla Bardanza
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