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ALMA PROFANADA


Noite absoluta
À beira do meu olhar.
Noite, sutil noite
A me naufragar
E morro de pensar
No olhar grave
De meu medo
Tão particular.

E me acho
Na noite irreal,
Caindo do céu
Em redes sem fundo,
Num mundo cego,
Sem som,
Sem vida.

Noite absoluta,
Morta e sem saída.
Noite que lambe
Minha torpe ferida.

Dor sem fim
Na escuridão calada
De meus assombrados
Confins.Nublada mulher
agonizando dentro de mim.

Fantasmas brotando
De sombras, terror
Em minha alma
Profanada...Nada...
Nada sou nesta
Noite de silêncio
Insone...Nada sou
Em meu mundo
Que some...E
Morro sempre
E morro nisto
Que me apavora
E consome.

Karla Bardanza

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