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AQUELA ÁRVORE



Aquela árvore exilada, ele podava todos os dias.

Ramos caminhando para o horizonte, flores espalhadas,

Raízes tímidamente âncoradas na terra, folhas suspirando

Segredos, sementes sagradas do entendimento.

(aquela árvore cresceu sem permissão)



Ele costumava se pendurar em seu tronco cheio

De memórias, acarinhando a sua seiva doce.

Ele costumava sentar embaixo de suas folhas

Com admiração e dor. Aquela árvore era tão rara.

(aquela árvore cresceu sem permissão)



Um dia, decidiu que ela era uma semente do mal.

Ela sentiu e apreciou a confusão.

(aquela árvore ofensiva era o maior erro dele)



O impacto apenas a alma dela pode entender.

Ela morreu aos poucos, secando com tanta

Classe e solidão, engasgando com as palavras

Que ele havia escondido em suas rudes mãos.





Karla Bardanza




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