As pálpebras cansadas dissolvem a perenidade,
Descobrindo poucas verdades no grande nada,
O corpo foge no último barco da eternidade,
Abafando a boca muda perdida amedrontada.
A gravidade dissolve o peso da terna ferida
Em delicada flor, quando a cega vai embora,
Trazendo a morte para os braços da vida,
Suavizando a queda mansa da surda hora.
Todo o ruído do coração perde-se no tempo,
Ecos ocos ouvidos por quem mais foi leve,
E o amor fica emaranhado no doce vento,
Esperando que a cura seja perfeita e breve.
Karla Bardanza
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