Para suportar a claridade sem mistério
É preciso apreciar vulcões desnecessários,
Enquanto os oceanos renovam as águas
E as almas caladas bordam os seus sudários.
O olhar penetra e devora a disforme matéria,
Contemplando e abandonando a alteridade.
Tudo que jaz sem delicadeza é para esquecer.
A vida é um lago onde morre até a subjetividade.
É assim andando pelas alamedas sem paz ou cor
Que a apreensão do real é um tiro insano a esmo.
A grande verdade, se há alguma, reside naquele
Que aprendeu a se proteger até de si mesmo.
Karla Bardanza
Nenhum comentário:
Postar um comentário