Não estranho a voz do vento, nem aquela mulher
extraindo delicadeza de sua harpa cheia de calma.
Meus olhos querem esses mistérios das florestas,
essas árvores plantadas pelos duendes e fadas
nos silêncios antigos, no colo da noite sem fim.
Quando a hora suave dilue mansa, a lua acende
a sua luz apenas para mim: caminho pelas trilhas
encantadas suspensas entre o abismo e o nada
que é a minha substância poética nas noites sem
paz, nos instantes que se evaporam com graça.
Acendo velas e incensos, dentro do círculo estou
e as minhas mãos buscam apenas a magia que
ainda existe nas dobras das estrelas, nas sombras.
Ouço o chamado dos mistérios e vestida de céu,
celebro o que sou porque sou porque serei e será.
Há tantas palavras em minha boca,há tanta luz neste
amor perfeito, nesta perfeita confiança. Minha alma
dança: os quatro cantos de mim estão guardados.
Os quatro cantos de mim são sagrados: eu sinto, eu
sei, eu sou o que aprendi olhando as mãos da lua.
Nua, caminho pelos reflexos, pelas alamedas que
vão da alma ao coração e quando o rito é lembrança
eu sou o meu único mito, eu sou a mulher que carrega
o vento nas mãos. E nestes momentos que o poder está
fora, a minha alma inteira cabe dentro do meu coração.
Karla Bardanza
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