Do que está distante de sua
Mão direita, de sua imediata
Visão curta e contramão.
Aquilo é tão pouco, tão pobre
E pouco. Mas ele é quase cego,
É quase surdo, é quase mudo.
Tenho tanta pena dessas cenas
Que evaporam e causam curtos
Circuitos.
Tenho tanta pena dessas coisas
Vazias de intuitos.
O que ele vê lhe basta, castra
E amaldiçoa quando se percebe
Só e ignorado no ato sagrado
E obsceno que a emoção fraca
Causa nos cantos de seu desejo
E carência.
Tenho tanta pena dessa experiência
Que sem sentido dá sentido à alma
Sem flores desse homem pela metade.
O que ele vê é a sua limitada verdade
Sem amanhã, é o prazer que derrete
Quando o instante vai embora porque
Ele nunca realmente esteve ali.
Tenho pena desse homem que
Quer quase nada para si.
Karla Bardanza
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