O que sinto,
alguém sente também
e isto me destroça
e espalha os meus pedaços
para o todo sempre,
para o meu além.
E eu que não
te dei permissão para
morrer, morro nestas horas
escuras quando a loucura
é a minha irmã maior
e eu estou
tão mais coisa,
tão mais perdida
tão mais difusa
e
só.
Esse amor
dói muito muito mais
do que a dor, do que
o meu corpo pode
entender ou suportar
quando todos os meus poemas
ajoelham-se aos meus pés
e pedem para eu
aguentar um pouco mais,
um pouco mais.
E esse amor
ficou do outro lado
de mim, à beira do frio,
na neve em que deitamos
para celebrar a alegria.
Não sei mais
onde coloquei aquele floco
que você jogou em mim.
Não sei mais se as flores
estão ainda lá.
Tínhamos tanto
para
sonhar.
O que sinto,
amortece as minhas artérias,
faz o sangue correr devagar,
faz o coração parar de bater.
O que sinto,
só senti com você
quando tuas mãos me falavam,
quando tuas palavras
plantavam rosas no meu peito,
quando deitávamos
e as nossas almas
amavam os nossos corpos.
Esse poema é tão simples
como qualquer poema
de amor.
Esse poema tão sem voz,
tão sem cor
saiu das minhas lágrimas,
da minha hora infeliz
e
pequenez.
Esse poema é um poema qualquer,
de uma mulher qualquer
que virou a face e se escondeu
atrás da lua quando
o chão abriu de vez.
Eu cai,
cai,
cai
e
fiquei ali,
quebrada
esperando para morrer
com você.
Esperando.
Esperando.
Esperando
Este amor
é
para todas as vidas,
para todos os poemas,
para todas as palavras
que morrem em mim,
por mim,
por nós dois.
Este amor
que um dia foi o meu agora,
nunca será o meu depois.
E
apesar de tudo,
desse chão sem fundo,
de não ter mais onde pisar
e
ficar suspensa entre a morte
e o ar,
sigo em frente,
sigo em frente,
olhando para trás.
E vou andando,
sem pensar,
sem entender
se estou viva
ou
se já comecei
a morrer.
Karla Bardanza
Já chorei muito ouvindo essa música.
Compartilho tanto ela quanto a dor:
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