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EU IMAGÉTICA


 Karla Bardanza



 A palavra não cabe
mais no poema.

Meus olhos vestem imagens,
procuram coisas que já 
(des)conheço.

Aconteço estranhamente,
virando as costas
para a Poesia que sempre me amou
e me deu medo.
Aconteço vagarosamente,
alterando a arte
que parte e reparte
o pouco que ainda sou
depois do meio-dia.

Mas quando sangro,
sangro apenas poesia. 
Sangro coisas não ditas
e tudo que é verso e sonho.

Por enquanto,
sou moça tecelã de imagens,
sou a artista Mixed Media.

Um hiato me separa de mim,
do fim cada vez mais perto,
do que foi certo,
do que foi.

Caminho sobre o agora
sem data marcada para voltar.
Ir embora é quase chegar,
é a palavra ainda pulsante
nas mãos quase minhas
e miúdas.

Descubro uma novidade
nesse Eu sem Ego e Id
e me pergunto quase etérea
quem decide,
quem me fez assim tão esquisita,
tão cheia de arte,
tão cheia de invenção
e exorcismos.

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Amanhã eu.
A manhã eu.
Eu enfiando retina abaixo
mais uma invencionice.
Eu nadando no Graal imagético,
envelhecendo com graça e novidade.
 (E isso é doce!)

Karla Bardanza


Caras Leitoras e Leitores,

Não abandonei a Poesia. No entanto, descobri a imagem. Se você quiser
ver a minha arte, acesse Poetic Postcards.
É em inglês porque por incrível que pareça, recebo mais comentários em inglês 
do que em português. A vida é assim mesmo: cheia de descobrimento.

Gratidão

Karla Bardanza









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