Karla Bardanza
A palavra não cabe
mais no poema.
Meus olhos vestem imagens,
procuram coisas que já
(des)conheço.
Aconteço estranhamente,
virando as costas
para a Poesia que sempre me amou
e me deu medo.
Aconteço vagarosamente,
alterando a arte
que parte e reparte
o pouco que ainda sou
depois do meio-dia.
Mas quando sangro,
sangro apenas poesia.
Sangro coisas não ditas
e tudo que é verso e sonho.
Por enquanto,
sou moça tecelã de imagens,
sou a artista Mixed Media.
Um hiato me separa de mim,
do fim cada vez mais perto,
do que foi certo,
do que foi.
Caminho sobre o agora
sem data marcada para voltar.
Ir embora é quase chegar,
é a palavra ainda pulsante
nas mãos quase minhas
e miúdas.
Descubro uma novidade
nesse Eu sem Ego e Id
e me pergunto quase etérea
quem decide,
quem me fez assim tão esquisita,
tão cheia de arte,
tão cheia de invenção
e exorcismos.
____________________________________
Amanhã eu.
A manhã eu.
Eu enfiando retina abaixo
mais uma invencionice.
Eu nadando no Graal imagético,
envelhecendo com graça e novidade.
(E isso é doce!)
Karla Bardanza
Caras Leitoras e Leitores,
Não abandonei a Poesia. No entanto, descobri a imagem. Se você quiser
ver a minha arte, acesse Poetic Postcards.
É em inglês porque por incrível que pareça, recebo mais comentários em inglês
do que em português. A vida é assim mesmo: cheia de descobrimento.
Gratidão
Karla Bardanza
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