Um sol pálido e terno
Repousou em meus abismos,
Derramando amargura, me
Embalando entre as tormentas
E a minha própria sombra.
Contive meus êxtases,
Acendi os vulcões, desmaiei
Em dias velados, manchados
De inverno e vertigem.
Fui ao inferno e
Voltei virgem.
As flores sufocaram o luar.
Eram noites doentes.
Enquanto minha alma
Era um mágico punhal,
O prazer subia ao firmamento,
Rasgando o meu infinito,
Chamando a ausência de
Tempo.
Foram horas graves,
Percebi meus medos suaves.
Meu sangue foi vapor,
A dor era quase uma doce
Liturgia. Exercitei minha atrocidade,
Matando meu dia, desembocando
Numa origem sem origem.
Fui ao inferno
E voltei tão mais santa,
Tão mais virgem.
Karla Bardanza
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