A gravidade do amor
Não permite esta dança.
Certos passos ficam
Tão belos quando
São poemas e nada mais.
Leio com o meu corpo
As entrelinhas rudes
Da alma.
Além do invisível
Dorme o perigo, as
Palavras escurecidas,
Todas as metáforas já
Cansadas. Permito-me
Flutuar calmamente
Sem olhar para trás.
Não há mais razão
Para o balé do infinito
Desejo, não há melodia
Além.
Não quero entender
Este bem, este velho
Princípio da luxúria.
Olho-me no espelho:
A delicadeza mora
Do outro lado de mim.
Minhas mãos tecem
Sonhos.
Ainda sei como dançar
Sem tocar os pés no chão.
Procuro por algo
Escrito no ar pelos campos
De cristal
E encontro as respostas nos leitos
Dos rios.
Danço sobre as águas
Profundas da plena certeza
Sabendo que devo partir
Com sabedoria,
Com leveza,
Com brevidade.
Karla Bardanza
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