Minhas mãos doem.
É inegociável esse sentimento,
Essa súbita ameaça arrancando
Pensamentos e agonia.
Não consigo respirar, não consigo
Amparar a lua em meus braços,
Não consigo esse descanso que
Os que são amados trazem nos
Olhos e na pele.
A dúvida amarga na boca da noite.
Deito para não pensar no agora e
No futuro. Deito para ir embora
De mim mesma, para fugir dessa
Angústia que trago nos bolsos da alma.
Meu sono é morte. Esqueço nobremente
Disso que é pérola e fogo, mar respirando
Dentro de mim, claridade doente, escuridão
No canto abafado de meus poemas.
Quando não tenho mais esperanças, fecho
Olhos e sufocada, me mato um pouco mais.
Por que o amor nunca me tornou o seu
Objetivo maior? Por que ainda me restam
Sonhos à beira do abismo toda vez que
Salto para o infinito morrer?Por que você?
Karla Bardanza
3 comentários:
Carla, querida poetisa, tão lindo, tão intenso, tão sentido... amei esse final, pq? pq? as coisas não são como a gente gostaria que fossem? beijo enorme....
Karla,
Mais que um apelo um grito.
Sempre o prazer de te ler.
bj
Eduarda
Aqueles que não conseguem respirar, socorrem-se do oxigénio das palavras para ir sobrevivendo e manter o coração à tona. Identifico-me com aquilo que escreves.
Beijos, amiga.
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