Não acredite nestas lágrimas preguiçosas
Nem nesse olhar de grandeza infinita,
Minhas pequenas atrocidades não deixam
Pistas ou marcas. Cultivo-as com as ervas
Daninhas que amarram e sufocam com
Graça e cuidado, sem testemunhas, sem
Advogados.
Essa alegria culposa que sepulto em mim
E não me torna boa ou má é o meu ar vaporoso,
O meu demônio deitado aos pés. Quando ele
Lambe as minhas mãos, nunca fujo, nunca
Digo não. Sempre reparto com ele toda a
Minha adorável ira e forte veneno. E nada
Tu podes ver, além do meu deslumbramento
Sereno.
Eu não consigo adotar esse ar de boa moça,
De santa doente...Eu sou isso mesmo...
Essa coisa tão dentro do inferno, tão estranha
E toda incoerente.
Karla Bardanza
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