Enquanto ela desaparecia na noite sem lua,
Ele engoliu a culpa, abandonando a mente.
-ele estava se perdendo para si mesmo-
Olhou a noite perpétua e viu o seu corpo
Chorando pelos olhos lânguidos daquela
Mulher.
Ele sangrou: gotas de vazio, gotas de um
Vazio impossível.
Uma língua avassaladora invadiu seus
Tímpanos perfurados:aquilo falava.
Ele estava amedrontado.
Lembrou que era humano.
Lembrou.
A vida parecia murmurar uma nova verdade
Absoluta.
Metáforas do desejo acordavam, arranhando
Aquele momento de exilio enquanto sua sombra
Parecia definhar trazendo agora todas as palavras
Que não puderam sair de sua garganta antes dela
Ir embora.
Oh! As mãos dela eram de seda...ele sonhou...
Oh!aqueles seios alimentavam o seu Sol e o
Seu Marte numa conjunção perfeito de sentido
E prazer.
De repente
Ele correu para a chuva insana e pegou
O primeiro ônibus que passou
Direto para os sentimentos imaculados
Dela, daquela mulher:chama, chama e
Êxtase.
Pela primeira vez ele sentiu.
Sim, ele sentiu.
Pela primeira vez, ele ouviu.
Sim, ele ouviu
Todas as palavras hesitantes se contraindo
No seu peito cheio de fuga e névoas.
Karla Bardanza
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