Que seja brutal
O que já foi.
Que seja intensa
A memória que
Não sabe ser
Perdão:
A palavra mais
Difícil.
Quando o chão
É ausência, tudo
Está escondido
Na fotografia que
Não mais será.
Onde há tantos
Erros? Onde há?
O pó dos meus dias
Continua lá,
Cobrindo o branco
Dos poemas.
Letras dissonantes,
Distante verdade.
Não sei por onde
Começar ou se o começo
Está onde deveria
Estar.
Assim está feito.
Perfeito o que não tem
Passado ou perfeição.
Que seja fácil e breve.
Que seja leve o vôo,
O corpo livre, aberto,
Caindo do céu em
Rota de colisão com
A mentira tosca e tola
Da paixão.
Escute a música.
Quem está aqui,
Não está mais.
Transborda,
Excede.
Sim, escreve poemas
De amor:
Combustível de ódio
Diluindo o nada.
Sentir.
Sentir na alma, na boca,
Nas palavras ditas deve
Ser mais.
Há de ser mais do que isso.
Sentir é coisa sagrada.
Karla Bardanza
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