Engane-me com arte e manha. Prometo arrancar os olhos para não ver a tua limitada compaixão. Engane-me com palavras saídas de um livro de auto-ajuda e alguma compreenão. Pense que estou aos teus pés, sonhe que estou nas linhas de tuas mãos. Toda a tua classe e diplomacia de final de dia é o dequilíbrio do tapinha nas costas. Engane-me sempre com fidalguia: isso me faz eu me sentir bem melhor. Quando olho ao redor, sinto-me menos doente porque sei que você precisa mais de ajuda do que eu.
Mande docemente que eu respire e não perca o foco, que eu não sucumba às minhas próprias angústias e limitações. Respeito sem respeitar a tua boa vontade com recheio de mentira, a tua pouca poesia e verdade. Engane-me. Acho que sentirei saudade dessa tua voz muda agasalhando os meus olhos cheios de astigmatismo e hipermetropia toda hora, todo dia.
Engane-me mais uma vez quando anoiteço e perco as migalhas do pão que podem me trazer de volta para o meu inconsciente. Penso nas mandalas pintadas, no coração que incoerente acreditou nessa profundidade. Engane-me até eu descobrir e tudo perder a imensidão e a cega intensidade.
Karla Bardanza
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Um comentário:
Karla, tua poesia é especialmente bela!
Encantei-me, por isso hei de seguir-te, sei que vou aprender a poetar ainda mais ao ler-te.
Abraços e ótima semana pra ti.
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