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VIVENDO DE FACHADA


 Estou completa
dessas coisas sem nome
e futuro.
Estou completa de escuro
e flores negras.

E se me imagino,
me imagino mal.
Minha criatividade está usando
máscaras ou talvez
esteja maquiada demais.
O rimel diluiu o meu olhar oblíquo.

Olho de soslaio
o que vai pelo ralo abaixo
e se alguém me pergunta
o que acho, digo que
não acho nada.
Estou vivendo de fachada.

O meu faz-de-conta
cabe inteiro numa linha.
Não consigo fantasiar a vida.
Minha pseudo tranquilidade
não me suporta mais.

Estou assim bastante mineira.
Tudo está bom e em perfeita
(des)ordem.
Minha cara de paisagem pouco
sabe de mim.
Se eu não voltar,
não vai fazer nenhuma falta mesmo.
Uai...melhor assim...

Estou completa de espaços
em brancos, de um monte
de nada.
Posso até dar uma aula disso.
O problema é que nem eu quero
me ouvir.
Então, fico com a boca fechada
enquanto minha alma tenta fugir.




Karla Bardanza










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Um comentário:

Helô Müller disse...

Somos duas!! Vc nem imagina o quanto eu me identifiquei com esta poesia!
Linda d+++ e representa muito bem o meu momento!
Bj
Helô

P.s.Assim que arranjar uma foto legal, ela irá pro Blog, ok? bjss