Enquanto ela esperava,
um fogo estranho queimava
os seus olhos de assombro,
a sua pele imaculada,
as sua santidade
quase desprotegida.
A tarde ardia dentro dela
em vontade e vida.
O que se quer é sempre
melhor.
Labaredas lambiam
o seu vestido vermelho,
a sua umidade natural
com sofreguidão.
Ela antecipava o sonho,
buscando as sombras
pelas mãos.
Em algum lugar,
o destino fervia,
o prazer era apenas
ebulição.
Quando ele chegou,
ela fechou o guarda-chuva
e deixou-se queimar
em desconhecidas chamas
até o sol
deitar para dormir
naquela cama barata
também.
Depois que nada mais
restava,
toda a vida
acendeu
dentro dela,
fazendo-lhe tanto bem.
Karla Bardanza
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