Quando um ser humano
humilha o outro,
dez mil estrelas apagam-se
e toda a galáxia fica
mais longe dos corações
dos deuses.
Quando um ser humano
esmaga o outro,
todo o universo se curva
de dor e vergonha.
Hoje eu vi o que meus olhos
nunca poderão esquecer
e o mundo inteiro morreu
dentro de mim.
Estou engasgada
e quero vomitar as lágrimas
que amparei.
Estou bem menor,
bem mais fraca,
bem mais alguma
coisa estranha.
Há esperança ou compreensão
depois do depois?
Por favor, não digam nada.
Nada pode ser explicado
quando você está por sua
própria conta e risco
nesse mundo
tão indelicado.
Nada pode abarcar
um momento tão pequeno.
Quando eu me for dessa dimensão,
não quero mais voltar.
Nunca mais quero voltar.
Já vi tudo que os olhos podem ver.
A gente não morre quando
o coração pára e punhado
de terra cai sobre o nosso
corpo.
A gente morre quando
a dor do outro é maior,
bem maior que a nossa.
Meu querido Lucas,
morremos juntos hoje.
Resta-nos viver agora.
Karla Bardanza
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Um comentário:
Karla,
cada linha de sua poesia conta uma história e isso faz com que seja impossível não ler, então leio e releio e ao final expresso:
-Caramba, como pode tanta magia caber dentro de uma só pessoa?!
Causa fascínio o leio de ti. Te admiro!
Beijo,
Anna.
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