Quadro de Slava Fokk
Enquanto o corpo vai apagando
lentamente, meu coração vai crescendo,
reclamando um delicado prazer
desconhecido atravessado na aorta.
Não há mais espaço aqui dentro
para pequenas coisas, para
palavras e ritmos que não fazem
o sangue ser.
Descubro com gratidão
o tamanho de tudo que nunca foi medido
com os olhos nas horas e
nos momentos derradeiros
porque eles acordam todos
os meus deuses.
E é tão doce atravessar
todas as esquinas
com as mãos abertas,
sem querer mais nada além
do que apenas sentir.
Karla Bardanza
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