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IANSÃ


 Iansã por Carybé





Senhora dos Ventos, 
sua espada partiu a noite em duas,
alargando as nuvens pagãs
sobre o céu dissoluto.

Rainha da Chuva,
seus raios chicotearam as horas de cristal,
espatifando os minutos e os segundos.
Te admiro espalhando
as estrelas.

Eparrê Iansã!
Odara Iabany!

Vejo tua força alargando o horizonte
enquanto eles viram as cabeças para contemplar
os teus tornados debochando
de seus corações duvidosos.

Rainha de Tudo
Limpe o céu deles com os teus olhos líquidos.
Rainha dos Furacões,
não chore por eles
e nem por mim.

Eparrê Iansã!
Levante as tuas mãos e reescreva o cego destino
porque o caos nunca é o fim.
 E se tempo houver,
ensine-me como andar de joelhos
pelos mundos de espelho.

Senhora dos Ventos,
dance enquanto o teu fogo queima o sol.
A Nigéria te clama, Odoya Matamba 

Deusa das Chuvas,
cavalgue as chamas
e guie-me quando o céu estiver
de cabeça para baixo
e o chão estiver no alto.

Eparrê Iansã,
és o salto entre a vida e a morte,
e a sorte,
és a canção de ninar que a chuva chorando
cantou para os Orixas.


Karla Bardanza 








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