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ELEGIA


Depois dela,
Só há espumas
Afundando em sonhos.
Só há plumas
Tristes, caladas
Pelo tempo.

Depois dela,
Só há um vento
Destruidor
Dissolvendo
O que fui,
O que sou.

Depois dela,
Só há precipícios,
Intranqüilos solistícios
Dentro de meu olhar.

Depois dela,
Só há rosas magoadas
Tecidas nas tortas
Linhas de minhas
Esquecidas mãos.

Depois dela,
Apenas a cicatriz
Da solidão.
O estigma tatuado
No avesso da lua.

Depois dela,
Sono letárgico,
Vida abissal,
(Des)contínua e
surreal.

Karla Bardanza

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