Esse rosto cheio de espanto
E olheiras não me pertencia.
Se me olho no espelho, minha
Identidade ainda é a poesia,
A palavra inaudita, a sentença
Dita com a boca muda, a absurda
Certeza de que o peso das asas
Não me permite mais o vôo
Rápido para os teus braços
Abertos, tão longe, tão perto
De tudo dito escrito sentido.
E se isso não for amor,
Como posso definí-lo então
Nesta indefinição cega que
Nega renega enxerga tão
Pouco o meu rouco coração?
(logo, o meu coração que
sempre falou demais)
E se isso é a mentira mais
Verdadeira ou a verdade mais
Mentirosa, como explicar
O nome da rosa?
Karla Bardanza
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