Por cinco minutos pensei
que a Bulgária e a Sérvia
podiam ser minhas.
Construí uma ponte entre
as fronteiras e me senti
quase perto do céu,
ou talvez dentro de
uma tela.
A minha mais profunda pele
guarda tantas vontades,
tantos caminhos
e países.
Se falarmos a mesma língua,
será tão mais fácil entender
as metáforas e jogar
sem máscaras.
Eu sou um pouco
mais do que aquele rosto
que todos podem ver.
Talvez eu seja uma grande colcha
de retalhos costurada com poemas.
Talvez eu seja o atalho
que pode sair da Europa Oriental
e desembocar no Brasil.
?Por que eu sinto essas palavras
tão perto, se enroscando
em mim como doces serpentes
sem pecados, maçãs ou venenos?
?Por que o mundo é tão grande
e tão pequeno?
Se pudermos ler Neruda
e sonhar um pouco mais,
toda realidade
será mais real.
A substância do meu sonho
é feita de palavras sem voz.
?Quem disse que a Bulgária
não fica aqui?
?Quem disse que a Sérvia não mora em mim?
Longe estamos perto.
Separados estamos juntos,
Mudos ainda falamos.
De mãos vazias, temos Sofia.
Nada pode ser atroz.
Voceu sempre será
o melhor de nós.
Voceu (Você+eu) sempre será
a melhor poesia.
Karla Bardanza
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