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ENQUANTO EU VIA O DURAN DURAN



Enquanto eu assistia o Simon Le Bon já quase beirando os cinquenta, cantando, chorei. Estava com 21 anos, novamente, perdida na Inglaterra com as asas abertas, voando com minhas amigas, cheia de planos que não deram certo. A vida me atropelou. Muita coisa se despedaçou. Bem, ainda estamos todas inteiras. Duas estão fora do país, duas continuam casadas, duas são professoras e todas nós estamos acima dos 40.
Às vezes, quero entender o que houve. No entanto, sei todas as respostas. Todas elas estão nos meus bolsos assim como a morte e a dor.

Por que será que temos que cortar as nossas próprias asas? Por que temos que arrancar as garras e pegar nossa pastinha de contas com as mãos sujas de sonhos e tristeza no final do mês? Ficamos tão hipócritas, mentimos tão bem, abrimos o jornal maquinalmente e sentamos escondidos do sol com os nossos óculos escuros, observando a mentira alheia com tanta gratidão. De vez em quando, pedimos desculpa sem sentir. Tudo é tão sem importância. A vida está nas fotos, nos sorrisos, naquele amor que parece que ficou para trás, mas que te acompanha na escuridão do quarto dia após dia e que deita contigo mesmo quando você está deitado/a com outro/a.

É, chorei vendo o Duran Duran que eu amo tanto. Olhei para frente. Não me reconheci quando vi minha própria imagem na tela. Acho que eu estava gritando Diretas Já. Alguma coisa deve ter valido a pena.






Karla Bardanza
















Um comentário:

P. N. B. disse...

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um grupo de duranies que fala português!