Os passos finos da chuva lá fora
Acendem o momento, refrescam a
Memória da pele enquanto eu
Desenho o teu rosto com os meus
Dedos imaginários, fazendo curvas
Profundas nos vãos inquietos do
Desejo. Pontes tão distantes separam
Tua alma do meu coração. Meus olhos
Sem luz lamentam a escuridão e a
Impossibilidade. Nada há, além disso,
Moldado pela argila e pelo não.
As folhas das árvores quedam plenas
De vida, gotas beijam os vidros da
Janela e o mar está indeciso como
Sempre. A paisagem abre o meu olhar.
Vejo tão pouco, ouço quase nada: as
Palavras já não podem me entender
Ou explicar. Descanso no sofá, percebo
O teto mais uma vez e todas as minhas
Imperfeições. Durmo nos meus próprios
Braços tão cansados da hora suave.
Karla Bardanza
Um comentário:
OI amiga. Que lindo poema. Porque sumiu de minhas páginas?
Saudades. Tua amiga.
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