Seja bem-vindo. Hoje é

QUINZE MINUTOS

Estive pensando em meias-verdades

E nesse fino trato feito às escuras.

Certas coisas cansam, derretem, são

Bolhas de sabão. Sorrio com abissal

Sordidez enquanto um azul irônico

Despedaça aos meus pés com alguma

Honra e soberba fria. O ridículo quase

É sublime, é quase um rio em agonia.


Observo o inobservável, arrematando

Os fios do infinito, pescando calada

As palavras, os poemas, as atitudes.

E sempre alimento o insaciável réptil

Que dorme tranqüilo e sereno atrás,

Bem atrás de minha alma impura.


Ele nunca ataca se não for motivado.

Aguarda calmo, tranqüilo, manso,

Olhando com profunda paz a vítima

Que se faz de vítima, o santo caído

No chão, a sintaxe que sempre cochila.


Certas coisas são surreais.

Certas coisas são penosamente toscas.

Toda diplomacia barata morre em seus

Pobres quinze minutos de fama.


Karla Bardanza
























































Um comentário:

alma disse...

Karla,

Que momento subtil de dizer da verdade e da falsa fama.

bj