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CAPITU SOU EU



Meus rastros estão nesta alegria culposa,
Quase indecente que me faz ter esse olhar
Peregrino, coberto de vapor, talvez até
Oblíquo.
Capitu me entende: ela é minha irmã.

Entre a agonia de ser e o delírio do não,
Abro a blusa com paixão sem vergonha,
Arregaçando a alma para todos os beijos.
Deixo a minha mais profunda pele pronta
Para arquitetar todas as fantasias do mal.

Respondo plena de soberba fria isso que
Pensas esconder. Não quero nada perto.
O infinito é sempre mais certo e bom.
Vou sem rédeas ou freios para o além
E se o nada me é traição, interrompo a
Trajetória. A minha história conto eu
Mesma: sou o meu próprio sujeito e
Predicado numa eterna convulsão com
Todos os verbos de ligação.

Exercito minhas atrocidades com amor,
Apunhalando com charme o que me
Cansa e no início ou fim, algo em mim
É pulsão de vida e de dança.

Karla Bardanza

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