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PODERÍAMOS

Sim, eu sei.
O medo arrebata,
mata, mata.
Tão real as formas
nunca terminadas.
Tudo se ajusta
na brevidade desse
espaço.
Do lado de cá,
a retina queima.
Incêndio particular.
Os dedos queimam.
O que digo
está além.
O cânone não me quer.
Se partilhassemos
essa intensidade, poderíamos.
Poderíamos.


Karla Bardanza

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