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SONETO DE JÚLIO SARAIVA


Algumas coisas a sorte atroz e vã

esquece pelas dobras da tarde mansa,

enquanto a noite dorme de manhã

e o amor apenas sorri e descansa.



Outras, o céu escreve no infinito

quando os deuses buscam amplidão,

e eu, sem voz, sento na lua e te fito

caminhando sem os pés na minha direção.



Em momentos assim plenos de delicadeza,

a minha alma floresce em súbita surpresa,

chamando novamente a tua aurora infinda.



E quando chegas com o sol no peito,

seguro tuas mãos com calor e jeito

sussurrando que te amo ainda.



Karla Bardanza



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