O sistema me massacra sempre:
Cansaço, corpo e alma amarrotados,
Sonhos irritados, minha voz não sai da
Boca. Louca mulher descabelada, longe
Do céu, perto das palavras que se afundam
Em mim.
Vou dormir e fingir que durmo, vou viver
E fingir que me acostumo com a força bruta,
Com a luta, com todas as coisas desnobres
Que deixam mais pobres o meu coração.
Não desforro a cama, não janto mais,
Meu sangue corre devagar. Minha imunidade
Saiu para jantar e me esqueceu aqui. Amanhã
Vou acordar junto com a lua e seguir a rotina.
Não! Acho que é a rotina que me segue e me
Persegue com essa dor nos bolsos sem fundo.
Daqui a pouco vou mentir para
Mim mesma e vou me esforçar para acreditar
Que tudo vai ser diferente
Amanhã.
Karla Bardanza
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