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EU SOU DA TESSITURA DO SONHO


Meus olhos desabitados procuram a luz...
Dentro de meu sublime infinito,
Uma gaivota perdida traduz
A dor guardada entre sal e espuma...

Paixões e plumas costuradas na
Eternidade resumem o passado,
Atravessam espaços, abraçam
Silêncios sagrados, beijos molhados...

Um olhar diferente rasga o céu...
A solidão se ajusta à dor, grito
E morro e sofro e calo de amor.
Por entre jasmins e coral, sinto...

E sinto minhas pétalas abrindo para a
Claridade, para o suave vento destruidor
Que levou-me tudo, os contornos
E as formas, as palavras e a poesia...

Deitada em meu destino, o tempo
Registra quem fui e o que fiz de mim
E aos poucos descubro que sou da
Tessitura do sonho, que sou assim...

Uma força que foge de dentro para
Fora...Uma pedra atirada bem agora
Lá no meio do mar, uma mulher que
Nunca esqueceu de amar, de amar...

Karla Bardanza

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