Quando ela se olha
No espelho e decifra
Os seus olhos por debaixo
Da maquiagem, aquele
Sentimento clandestino inunda
Sua boca e alguma coisa maior
Faz um barulho estranho dentro
Do corpo.
Nada cabe inteiro naquele
Momento.Nada.
Ela anota a dor no vento
E continua a se olhar como
Se tudo faltasse dentro dela,
Como se nunca fosse abrir
Novamente a janela.
E com a delicadeza das
Espumas, escreve o nome dele
Entre os seus seios tão lindos,
Tão lindos, sofrendo por cada
Consoante, por cada vogal,
Por tudo que ainda está tão
Vivo lá.
----------ela sonha---------------
Mas, lembra-se de todas
As cidades, das supernovas,
Das coincidências tensas
E absurdas, de tudo que
Ouviu e sem ter mais olhos,
Pega uma chave e abre
Mais uma vez o coração
(o mesmo coração que era só dele)
E encontra outro nome lá junto
Com uma bússola apontando
Para o norte . Então, soletra baixinho
Todas as palavras misteriosas
Do amor com profunda consciência
E beleza.
Karla Bardanza
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