Os adjetivos ajoelham-se:
cheguei sob o signo desgovernado
do aniquilamento.
O peso dos andrajos
é indisfarçável.
O peso respira nos meus ombros nus
e marcados.
Aqui jaz a água potável.
Aqui jaz o silêncio e o sossego
e todos os peixes mortos:
saúdo-os com gratidão.
A morte não existe.A morte é a desordenada
simetria do céu e da densa poesia
quando acorda e transfigura a terra.
Nesta escuridão, a guerra é bem melhor.
Minhas sombras não me deixam só
e os adjetivos escorrem pelos dedos
como água, como mágoa despojada e
alucinação.
Cheguei e não carrego cruz nenhuma.
(despreguei-me dela)
Não carrego asas também.
(elas me machucam)
Sou apenas a muda, sou apenas
mais uma, um número de identidade qualquer.
Não espere nada.Nada mesmo.
Karla Bardanza
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-
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