Enquanto teço os fios do destino
no instante da eternidade,
estrelas me esperam tão mansas
no céu que nos pertence.
Sento-me sozinha aos pés do
tempo com as mãos cheias de sonhos
e vontades, fiando, fiando tão calada
nas costas do mar, na beira do nada.
Teias mansas dentro de mim
acariciam o ventre prenhe do amanhã:
todas as palavras não ditas cabem
neste espaço secreto entre o ontem e o
todo agora.
A hora apresenta-se, desafia
e enquanto fio o destino,
a poesia cabe entre dois infinitos,
rompe a aurora onde o amor perfeito
e a perfeita confiança sussurram
verdades.
E eu dividida entendo que o amor
é a lei, amor sob vontade.
A partir daqui o fim abre o início:
o sabor do conhecimento é sempre
um precipício.
Minha teia amorosa ampara-me
no salto mais alto que me deixa
suspensa entre a vida e a morte,
entre o Vento do Sul e o Vento do Norte.
E diante desta paz impronunciável,
estou em mim,
estou no fim.
Karla Bardanza
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-
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