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NO INTERVALO ENTRE A MÃO E O ENCONTRO


 Quadro de Ada Breedveld


Pensar o amor
é sufocar de desespero
e delícias.
Os olhos agonizam fechados,
olhando o desejo,
o descanso voraz do mais,
aquelas verdades a dois.

Eu não quero chegar lá
sem começar de novo,
sem que a alma doa de prazer.
O bonito é sempre
o que fica agarrado na pele,
na língua umedecida
pelas palavras sussurradas,
no intervalo entre
a mão e o encontro.

Tudo fica tênue e tonto
e eu transbordo, entorno,
escorro pelas minhas fronteiras
e fico inteira para você.


Karla Bardanza



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