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A TOSCA ARTE POÉTICA DE VIVER


Vincent Bakkum




Talvez essa luta seja condição humana. Talvez. O fato é que hoje sinto o amanhã sem açúcar. Estranhamente não pergunto onde errei. Devo ter errado. Não calculo os danos, não traço planos.Cruzo os braços do coração, totalmente vazia por dentro e não aguardo o impossível. Talvez, eu não tenha sido talhada para os grandes papéis. Sempre gostei de ser apenas back vocal. Minha voz se misturando a tantas outras em harmonia: o som inaudível da minha alma pairando sobre os acontecimentos sem procurar explicações. Eu, sempre eu engendrando os desafios sem grandes preocupações com os finais felizes.A vida sempre foi o que tinha que ser apenas porque viver é um ato de coragem e resgate, uma tosca arte poética sem grandes pretensões. 

Tão perto de lugar nenhum é a minha rota quase diária e ainda assim, sempre termino por chegar lá dentro de alguém. O ser humano é uma profundeza ignorada, uma palavra ainda no canto da boca. Não entendo o teu tempo, não entendo a minha força diferente. Não lamento a distância entre os dois nadas que nos tornamos tão de repente, tampouco, limpo as vidraças para te ver melhor. Façamos assim: caminhemos em direções opostas ao vento e deixemos que ele toque os nossos cabelos e dissipe a inexatidão do que sentimos. Enquanto que isso perdurar, amemos o silêncio comum que nos envolve e não ameaça. Não tenhamos esperança, nem rosas nas mãos. A paz pode ser leviana depois que palavras-balas são atiradas a esmo. Nunca mais poderemos ser os mesmos depois do ontem. Sigamos pelo meio-fio, procurando nos equilibrar sem muita aventura. A vida segue sem a gente. Sigamos então antes que não caiba mais nada dentro de nossos olhos.


Karla Bardanza







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Um comentário:

Lufague disse...

Maravilhosaaaaaaa reflexão, sua poesia toca fundo minh'alma. Parabéns menina.

Carinho, Lu