A lua desova recordações:
a semente brota insensata
buscando o sempre nostálgico.
Há algo de imperfeito nas lâmpadas
acesas, nos corredores dos labirintos,
no ódio que me cospe e que sinto
nas horas vagas, no vértice insatisfeito
dos triângulos estrangulados de vazio.
A 15 metros do frio, caracóis me habitam
e todo o glamour cabe no silêncio sentado
perto da porta de entrada e na saída do nada.
Mantenho as luzes longe.Não quero enxergar
o abismo, o abissal delírio fincado no meu sexo
quando há tanto mais para querer e tantas bandeiras para se levantar.
Se o amanhã chegar
agora que seja antes que eu emburreça, que seja
antes dos quatro cavalheiros do apocalípse
e do próximo eclipse e a sua injustiça.
Quando se morre por pouco tempo, não há tempo
para escutar nenhum lamento, nem para diminuir
o horizonte.
Nesse ínterim desaprendo a ser eu e aguardo o mato
crescer na boca da noite.
Karla Bardanza
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-
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