Quando ele inaugura a manhã daquela mulher
que nasceu borboleta sem entender
é porque desabotoa a boca e deixa
o amor cair aos pés dela.
Ele chega com as mãos cobertas
de poemas e
o jornalista que vive de plantão
no peito dele, vai descansar um pouco.
Ele fica tão louco que dá licença para
o poeta sair de dentro dele.
Toda vez que esse milagre poético acontece,
ela pode ouvir Ryuichi Sakamoto
ao redor e se sente menos só,
menos pedra,
menos.
As palavras ficam livres, a sintaxe
não precisa de sentido e os dois
abraçam as metáforas, beijam
as entrelinhas, fazem do desejo
a tarefa principal.
E muito depois
que tudo desacontece,
os dois ficam com os olhos de flor,
com a pele de pêssego,
com a cara suja de amor.
Karla Bardanza
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-
Um comentário:
adorei essa cara suja de amor! Amor é mesmo para se lambuzar, rolar, sujar!
Linda sua poesia Karla.
Bom dia
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