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DA COVARDIA DE VIVER


Ando me procurando em coisas que
não podem ser.
Ando de um lado para o outro,
exausta de ser eu mesma.
Às vezes, me encontro em pétalas mortas
dentro de um livro, em quadros que
crio em minha mente infame,
em todas as adoráveis desonras,
abençoadas pelas aventuras que
já não posso mais.


Queria até fugir.
Queria abrir a porta e deixar de ser
eu mesma. Mas, as contas e as obrigações
engatinham atrás de mim.
Ralho com elas, digo para que elas fiquem
onde estão.
Elas não me ouvem.
Nem eu mesma me ouço.

Então, mesmo sem entender,
vou ao quarto, abro ao armário
e pego uma peça fundamental e moderna
que nunca sai de moda,
nunca mesmo:
um par de algemas
e
me prendo a mim mesma,
tentando garantir que eu não me perca
de mim de novo.





Karla Bardanza






Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor
 -Karla Bardanza-

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