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O PIOR AMOR É O ÚLTIMO



O pior amor é sempre o último. 



Olha-se para ele com os olhos vazados,

com as unhas roídas, com vontade de vomitar.



O pior amor é sempre o último.



É o morto que nada mais revela salvo

as imperfeições da angústia e as palavras

arrancadas do meio dos dentes.



Nele, cospe-se.

Nele, joga-se pedras.



O pior amor é o último.



Ele é o morto inútil,

o corpo cheirando a sangue fresco,

o folhetim quixotesco, a lava fria.



O pior amor é O último.

A poesia mingua, o cigarro espera

no bar da esquina junto com a primeira puta.

A bebida esquenta com o calor.



O pior amor é o último.



Mas, ele morre também como tudo que há,

como a música velha, como a roupa puída,

como a própria vida.



Nele, pode-se ver espectros.

Nele, apenas o resto do resto.



E quando ele pára e pensa,

diz a si mesmo: "Eu não presto...Eu não presto..."





Karla Bardanza














Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-

Um comentário:

Helô Müller disse...

Oi Karla!
Que bom poder ter acesso, de novo, as suas belas poesias!
Fiquei feliz...
Bj meu
Helô