Depois de um milhão de guerras,
depois de Vênus e Marte,
depois da lua ser e não
ser minha terra,
depois dos fios
do novelo
acabarem,
depois.
Depois de nascer e morrer
depois das estrelas explodirem,
depois de estar suspensa
num tempo
que
não era tempo
e do espaço
parir,
depois de fugir
e de olhar a balança
pesar.
depois.
Depois de ter mordido
a serpente,
depois de ter ficado
cega e muda,
depois de ter encontrado
o meu rosto em outra
galáxia,
depois.
Depois deste silêncio
que antecedeu a palavra
primordial,
depois de ter vestido o meu corpo
de vento e veneno,
depois do céu ser tão grande
e tão pequeno,
depois.
Depois da eternidade
ter tatuado a palma
da minha mão
cheia de dor
e calos,
depois
deste intervalo
entre o que foi
e o que sempre
vai ser,
depois.
Depois,
muito depois
de nós dois,
eu
ainda
te
amo.
Depois
de nós dois,
eu
ainda
vivo.
Depois
de nós dois,
tudo
perdeu o agora,
tudo se chama
depois.
Karla Bardanza
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão... e ache minha beleza... Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.
-Karla Bardanza-
Nenhum comentário:
Postar um comentário